quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Estou Voltando!

Saudações! 

A longa Era das Trevas está chegando ao fim...

Em breve colocarei aqui novos conteúdos!

Abraço!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Pra sair um pouco da reciclagem de poemas antigos, segue algo totalmente contemporâneo, um teste de como ficam minhas novas idéias "no papel".

Análise


Vendo o vicejar pujante que pulula aqui febril

Tomo a lânguida idéia de tecer a tramas mil

E me posto em postura ao pleno ou pueril


Idealizo sentidos nunca pressentidos ou clamados

Clarões de texturas e sabores não- identificados

Labirinto erigido que compele a tais cuidados


Fujo pelo caminho do ninho da trapaça que ameaça

Numa estratégia de antever o tal descer da maça

Contornando o entorno do forno que me assa


Provo do que vem provar que este mar é armadilha

E torno em fortaleza a certeza de fugir da ilha

Da ousadia minha tardia covardia é filha


Escalando a farpa no topo da escarpa eu escapo

Sou completo, e decerto perto de um farrapo

Entro e saio do buraco e ainda não o tapo


Persistente é o ardil de um desvio traçado ao perto

Compro cada mapa e vou pelo vil e pelo certo

Ganho no que perco no cerco do indiscreto


E assim vou indo, pra que o fim chegue ao começo

Com início ao alcance da chance de um tropeço

Suplício vitalício vital pra vitoria que mereço

Aqui fui inspirado em anotações que encontrei de minha fase "jovem zé-ruela", quando não sabia como abordar os alvos de minhas primeiras paixões...

Baixos e Baixos


Primeiros passos

Confusos e crassos


Na insensatez

De quem perde a vez


Erro incontido

Afã reprimido


Pesa na balança

Não saber a dança


Queimado em fogo

Por ser ruim no jogo


Falta de senso

Sobre os olhos um lenço


Plano confuso

Uma ação, um abuso


Sem virada de mesa

Impraticável certeza


Ficam escombros

Pesando nos ombros


Não há manual escrito

Que deixe o tosco bonito


Ato incerto

É ficar por perto


Piada do destino

Universo em desatino


Meta abatida

Nos caminhos da vida


Teimosia insensata

Que a fantasia maltrata


Primeiro instante

Anulando o adiante


Gesto tacanho

Gélido banho


Atitude torta

Que fecha a porta


Começa em talvez

E termina em sem vez

quarta-feira, 3 de março de 2010

Este é curtinho, mas 100% concebido hoje, sem a reciclagem de idéias antigas.

Percepção


Ouvi, e sei assim que o fim sempre tem seu meio

Escutei o tropeço daquele começo onde só há vazio

O som que captei é o dom que usei pra achar o veio

Com braço forte e alguma sorte já nadei no rio

Entendi a beleza na natureza do que parece feio

Onde o que conduz se reproduz sem estar no cio

Pois o que vi é nada, e também tudo em nosso seio

E se senti algo foi a dor no calor que nos dá frio


Este é o enigma da vida

A luz escondida, mas jamais suprimida


O que os olhos mal vêem

É muito mais do que as mentes crêem


Percepção miúda, tosca

Há todo um universo na pequena mosca


Caminhemos, pois, então

Na modesta trilha oferecida pela razão


Muitos mistérios

Não deixarão de sê-lo

Estão além do hemisfério

E num fio de cabelo


Não nos cabe desvendar

O que não cabe no olhar

Mas no fim da trilha

A luz enfim brilha

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mais alguns versos novos, que acabei de tecer - embora utilizando alguns elementos descartados em esboços do passado distante...


VOTOS


Prometo a formalidade, em pé aqui neste altar

Frases feitas que muitos estão sempre a usar

Regras a seguir

Missões a cumprir


Mas o que preciso lhe dizer é só meu, só nosso

Descreve tudo isso da melhor forma que posso

Escala o monte

Explica a fonte


Serei o céu como um lago no qual sua lua cai

O bonde que sempre segue pra onde você vai

A coisa completa

A aposta certa


Serei o concreto por baixo de todo belo piso

O mote da inocente piada que causa seu riso

Zona de conforto

Conserto do torto


Serei a abelha sempre pronta para a colheita

Ávida pelo perfume desta sua flor perfeita

O abrigo na chuva

O conforto da luva


Serei o tom que dá brilho a qualquer palidez

Colorindo até os vãos dos cenários da vez

Gasolina no tanque

Você no palanque


Serei quem você quiser, o que escolher agora

A cura sem cicatriz, que não fere a memória

O remendo sem marca

O prazer que encharca


Serei o tudo se o nada persiste

Serei o nada se tudo é triste

Seu centro ao redor

Seu mundo melhor


Serei seu foco no adiante

Seu “pro alto e avante”

Seu sétimo sentido

Seu mais que marido

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Este é pra quem gosta de jogo rápido, mas também não quer nada muito básico e primário.


A Boa Dor


Se o calor de seus lábios se mescla ao lânguido olhar que me queima, incessante

Quero a ferida impressa em cada poro na dolorosa bênção de ser a vítima amante

Então o fogo que de ti emana por focos físicos e abstratos em emissão constante

Aquece a carne e vaporiza esta minha alma milhões de vezes a cada feliz instante

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Digamos que o trabalho a seguir seja uma espécie de "parte dois" do poema "Sólido", que postei anteriormente - tanto na temática quanto na estrutura.


APRENDIZ DE VIVENTE


Declino sonhar a vida aqui saída do perene circo

Onde sorvo esta bebida envelhecida a cada ciclo


Escopo audaz ou um fugaz rabisco em mero teste

Sempre incapaz de dar retorno assaz que preste


Anulo o tenso avanço e penso já confirmar a norma

Mas só em torque intenso vejo senso em sua forma


Tortuoso estilo em que a palavra lavra certa tese

A voz que fundo crava a frase brava que se preze


Pelo mote do adereço a gente paga o preço e vai

Mas desconheço se é o começo de tudo que cai


A luz que acende também rende o torpe medo

Nem mesmo entende ou defende ou acha cedo


Alguém que se enverga ao peso e entrega cada ponto

Não enxerga o que se prega neste sutil e velho conto


Seguir uma rota reta mata a meta e leva a nada

Só a torta seta indica a curva certa pra chegada


Devo ir onde não fui jamais, no caos, na paz, no centro

Provar menos de mais, ver o que é, o que faz, o dentro


Conclusões são distrações a diluir qualquer ação

Especulações, suposições, combustíveis da razão


Fleumático olhar para um mar de coisa alguma

É o puro reciclar sem encarar pra onde se ruma


Teste a seara vasta que afasta adeptos de abrigo

Já basta, viva cada casta, saia e corra pro perigo


Sutil e lânguido ardil tece o labirinto sem saída

Escuro e vil, “cura” a então febril trama da vida


Pico escalado, mundo revelado, novo fim e começo

Suave errado, é no matagal cerrado que há tropeço


Assédio insinuante ao tédio do pensar doente

Ser médio é tumor cujo remédio é ir em frente


Prenda tosca que seduz e conduz ao torpor

Acenda a luz, tire o capuz, procure a boa dor


Mais um passo, pule o crasso e finque o mastro

No cansaço é que há espaço pra perder o lastro


Seja, veja, tente, invente, é bom se chove

Eleja sua peleja, sente em frente - e prove


Rugido no ouvido, vitamina dos sentidos meus

Round perdido, round vencido, atos de Deus